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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Muriel ganha página inteira no jornal Clarín

CLARÍN - ESPETÁCULOS - TV

Muriel Santa Ana: "Me encontrei bastante tarde"

ENTREVISTA
A atriz de "Ciega a Citas" vem do teatro, debutou na TV há 5 anos, e alcançou seu primeiro papel protagônico com um personagem que desafia as convenções. Aqui analisa semelhanças e diferenças com sua criação, Lucía González.
Por: Fernanda Longo
MOCINHA ATÍPICA, A ATRIZ COMPÕE A UMA TRINTONA DESESPERADA PARA CONSEGUIR UM NAMORADO.
"Poderia fazer televisão toda minha vida" diz Muriel Santa Ana com a veemência de um exagerado. Com certeza você não pensa em dramalhão mexicano, desses nos que os protagonistas podem morrer e ressucitar logo após ter assistido ao próprio enterro. Ou síim? "Obvio que sim", Você ficou louca? "Olha só se vou dizer não a 30 pontos de ibope! Eu não tenho 'grilos' com o trabalho, se está comprometido com o que você faz, sempre vai encontrar algo interessante".
Eplendida, iluminada, a atriz de "Ciega a Citas" (Canal 7, às 23.30, horário de Brasília) tem experiência em derrubar mitos e esquivar clichês. Com formação e carreira teatral -e predisposição genética, é filha do ator Walter Santa Ana-, debutou na TV já quase aos 30, em uma comédia da Pol-ka na que compôs a uma extraterrestre, e onde compartilhava cenas com Mike Amigorena (Una familia especial).
O segundo passo foi sua adorável Grace, a amiga de Carla Peterson em Lalola, uma solteirona de voz meiga que apresentava um programa de rádio. Dalí saltou sem escalas ao papel protagônico, que se encontra agora na pele de Lucía González, uma mulher desesperada para conseguir um namorado para levar ao casamento de sua irmã, e assim ganhar uma aposta da sua mãe.
Fóbica, com uma infreável tendência à comilança, complexada pela sua imagem voluptuosa, Lucía rie da desproporção entre sua cintura e suas cadeiras -que não tenta disimular- e envolve a todos os que se aproximam com um encanto envolvente que só ela ignora.
Longe -e não tanto- das circunstâncias de seu personagem, Muriel reflexiona sobre o fenômeno que rodeia a esta comédia que, além de inteligente e divertida, marca um antes e um depois na história da ficção televisiva: produzida por Gastón Pauls e Dori Media, dirigida pelo cineasta Juan Taratuto e com um importante elenco (que integram, entre outros, Georgina Barbarossa, Osvaldo Santoro, Silvia Montanari e Rafael Ferro), é a primeira adaptação para TV de um Blog em espanhol.
Seu personagem tem algo liberador, porque apesar das apariências, é a única na sua família que se nega a cumprir certos mandamentos. O que passa é que Lucía não tem vinte e poucos anos, como costumam ter as mocinha de novelas. Está em uma idade de mudança e de incomodidade, por um lado com o que já conseguiu, que não lhe é suficiente, e, pelo outro, com o que deseja, que ainda não sabe que forma tem... Se dá conta de que tem um monte de dificultades, porém não deixa de lutar. Por isso eu digo que não é uma perdedora......Pelo contrário.É uma lutadora total. Não para de encontrar obstáculos, porém está a caminho, lhe passam coisas. À irmã não lhe passa nada, à mãe não lhe passa nada... ela está no mundo. Por isso, a motivação original da história, que é a aposta com a mãe, vai se transformando ao longo dos capítulos em uma motivação pessoal. Esse conflito a despertou, a pôs ligada, e ela já não vai querer cumprir com as expectativas da mãe, senão consigo mesma.
Vindo do teatro e de uma família de atores, você teve que vencer preconceitos com respeito à TV?
Que nada. Em minha família a TV sempre foi vista como um meio mais de expressão, como uma aprendizagem. Se bem que a carreira de meu pai foi basicamente no teatro, na sua juventude foi galã. Em meu entorno a TV nunca foi uma má palavra... por minha casa circulavam todas as estrelas da tevê daquela época.
Em algum momento você viveu como uma carga ter escolhido a mesma profissão que seu pai?
O que passa é que a vocação para mim não foi uma coisa concreta, que possa localizar em um momento determinado. Nunca disse quero ser isto e nada mais que isto, eu sigo escolhendo. Eu gostava de atuar, gostava do cinema, e comecei a estudar teatro porque uma amiga me matriculou... Era muito tímida, muito solitária, e entrar para um grupo de teatro foi minha primeira inserção no mundo. Porque eu andava muito reservada, muito sozinha, viu...
Muriel tem uma irmã, Moira, seis anos mais velha, cantora e professora de canto. Seus pais se separaram quando ela tinha 9 anos, porém não se recorda disso como algo traumático.
"Tive uma família que o que nos transmitia era faça o que você quiser, seja o que você quiser, ponha um papagaio na cabeça se quiser... Minha mamá é una mulher incrível, muito amorosa, acolhedora, que teve uma juventude meio hippie... Meus pais desenvolveram suas vidas, cada um por seu lado fizeram o que quiseram, não são ressentidos. Os 'natais', os aniversários, os passamos todos juntos"
Embora faz mais de uma década que deixou a casa materna, a atriz se reconhece ainda muito apegada a seus pais. "Por aí talvez por ser a caçula, houve comigo certo temor da parte deles, do tipo: Vamos ver se conseguimos metê-la em algum lado, que sirva para algo" , exagera. "Eu era a típica menina à que mandavam para aulas de flauta, ia três meses, deixava, depois cerâmica... não terminava nada, me costava me comprometer com uma atividade e mantê-la, o teatro foi o primeiro que me segurou".
Alguma vez você se propôs a demostrar algo a alguém? Alguma aposta para ganhar?
Talvez com a profissão, porque quando meu pai se referia a meu trabalho sempre estava por um lado, o alento, porém pelo outro assinalava a irregularidade, a instabilidade, o difícil que era encontrar um projeto interessante. Ele me dizia você tem que saber primeiro quem é, antes de pensar no que é que você gosta de atuar. Imagina que eu era novinha, não sabia nada, e me encontrei bastante tarde, tudo foi amadurecendo tardiamente em mim. Não saí ansiosamente a nada, nunca fui de ir buscar trabalho nos canais e isso. Se tive sorte...Sim... taõ pouco passei tão bem. Dos 27, 28 anos, até os 30 e pouco, foram anos terríveis em um sentido, porque tudo me costava muito.
Qual era seu maior medo?
Era muito insegura, muito complexada, pela minha imagem, pela minha maneira de ser, porque acreditava que para que as coisas fossem andar bem tinha que pensar de outra maneira, e sempre me sentia um pouco diferente, deslocada... Ao mesmo tempo, em contra partida disso era eu sei que sou melhor que isto, agora não posso mostrar-lo, porém em algum momento vou poder fazê-lo. Sempre soube que com meus tempos, sem me marear, ia poder fazer algo bom com minha vida.
Muriel está em uma relação há três anos com Julián Vilar. "É meu primeiro namorado, meu primeiro amor correspondido. Nunca fui de sair para buscar candidato, não me sentia mal com a solidão", diz.
Você passou por alguma situação parecida às que passa Lucía, de rejeição ou humilhação?
Sofri por amor. Tive uma relação muito traumática, muito longa, com um homem casado, foi terrível e sempre pensei que o amor tinha a ver com isso. Passaram muitos anos, mais de dez, até que conheci a Julián. No meio desse processo tive uma época na que ia dançar tango sozinha, tinha perto de minha casa uma "estudantina", e aí conhecia garotos... Um me acompanhava a minha casa, com outro ia a tomar um café, porém não avançava muito mais além. Com um ou outro tive uma relação meio desastrosa, ao melhor estilo Lucía: quatro da manhã dizendo olha, por favor, te peço um taxi. Porém são coisas que se tem que permitir enm algum momento. A mim me caiu bem encontrar o amor já grande, porque emocionalmente tinha muito despreparo.
O que te deu a TV que você não tinha?
Velocidade. Eu sou lenta e a TV é um trem andando a toda velocidade, que não para em nenhuma estação. Te enche de energia, de vitalidade, é adrenalina pura. Também me deu segurança portas à dentro, comigo mesma. A tranquilidade de saber que há algo em mim que é sólido, forte, que posso colocar no ombro um programa, que minha cara pode sustentar 120 capítulos, que meu corpo pode fazê-lo... que posso.«
CURIOSODADES
Sabia
"Choto, ya todos saben que sos choooto... Vos no sos mejor que yo, yo no soy tu yo-yo..."(Bocó, todos sabem que você é um booocó... Você não é melhor que eu, eu não sou teu iôiô...) : o fundo musical de "Ciega a Citas", é uma versão do tema "Fuck You", de Lily Allen. A interpreta Muriel Santa Ana, e a letra é de Pablo Barbieri.
7
países compraram "Ciega a Citas" em apenas dois meses. A comédia da Rosstoc tem mais de 32 mil fãs no Facebook e Twitter.

Juntos, na telinha
Muriel compartilhou um capítulo de "Ciega a Citas" com seu namorado, o ator e músico Julián Vilar. Atualmente ele atua em "Rey Lear", e integra a banda Ambulancia junto a ela e a Mike Amigorena.

Uma experiência sem antecedentes
Além de atriz de larga trajetória, Marta Betoldi é dramaturga e autora de TV. No teatro escreveu a multipremiada "Contracciones", e na TV, "Socias". Ela -junto a uma equipe de seis escritores- é a responsável pela acertada adaptação que converteu o Blog de Carolina Aguirre (que também se publicou em formato de libro) em uma comédia diária. A experiência não tem antecedentes na Argentina (o mais próximo é a obra de teatro "¡Más respeto que soy tu madre!", a partir do Blog de Hernán Casciari), e muito poucos no mundo. "Trabalho 14 horas por dia de segunda a sábado há 9 meses... é o único segredo", conta Betoldi. "O maior desafio era romper com as limitações do Blog e criar um mundo, dar volume e profundidade dramática aos personagens", explica. "Tinhamos que gerar conflitos e complicações para que os personagens tivessem um crescimento ao longo largo da história". "A partir de uma base de comédia clássica -continua-, a novela trata temas sérios, como a bulimia, os preconceitos, o ser e o parecer, os mandamentos familiares, o olhar dos outros... Cuidamos muitíssimo dos diálogos, a linguagem, e, sobretudo, apelamos a um público inteligente".
PONTO DE VISTA
Essa boa amiga.
Por: Silvina Lamazares
Quando há três anos surgiu na pele de Grace, mais de um deve ter imaginado que, durante muito tempo, a Muriel Santa Ana a conheceria como "la que fazia a amiga de Carla Peterson". Claro que seu personagem de amiga incondicional em "Lalola" (América) ficará guardado na galeria de personagens inesquecíveis Quem não sonhou em ter uma amiga assim, de ferro, leal como merecem os bons vínculos? Porém seu talento a levou, em menos de três anos, a deixar de ser 'a amiga de', para ser ela. Mérito de Santa Ana.

FONTES

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