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terça-feira, 24 de novembro de 2009

"O Casamento de Muriel Santa Ana"

Antes a vimos apenas em LaLola, a série que consagrou Carla Peterson, e a escutamos cantar junto a Mike Amigorena em a banda de atores Ambulancia. E hoje, como protagonista do sitcom Ciega a Citas se apresenta como a nova grande comediante argentina, interpretando –a sua medida– a uma jornalista, solteira e com certa pressa (tem que ir ao casamento de sua irmã menor com um “namorado normal”), uns quilinhos a mais e crise existencial.

Tem trinta e tantos. Não há nenhuma dúvida disso, porém não saberemos exatamente quantos anos tem Muriel Santa Ana, sempre e até quando não resolvamos esta xarada da atriz:
“Não tenho nenhum trauma em relação com a idade, porém a única coisa que vou dizer é que tenho mais anos do que aparento e que sou mais velha que meu namorado, que tem 32…”, diz Muriel

Porém o dado pouco importa quando se trata de conhecer à protagonista de Ciega a Citas (no ar “quase todos os dias”, às 24HS -HORÁRIO DE BRASÍLIA-, pelo Canal 7) comédia na que ela é Lucía, uma mulher de trinta, auto suficiente e cool, solteira e com alguns quilos a mais (“levo toda a vida grávida”, responde a um inoportuno que confunde seu excesso de fofura com a doce espera da maternidade); algo assim como uma prima distante e argentina de Bridget Jones que já tem mais de 13.000 amigas-seguidoras no facebook que a tratam como a uma das suas: mulheres de três/quatro décadas, cuja vida é resultado de uma seqüência de peripecias dignas de ser contadas como em uma novela ou, melhor, em uma comédia como a de Lucía González, que tem “258 dias para encontrar um namorado normal que lhe evite o desgosto de ir ao casamento de sua irmã menor (María Abadi) SOZINHA, tal como apostou sua mãe (Georgina Barbarossa), controladora e irritante.
A história está baseada no blog da jornalista Carolina Aguirre (31); mais adiante a editora Aguilar a convirteu em libro chick-lit, e logo Rosstoc –produtora de Gastón Pauls– a adaptou à televisão e à medida de Muriel, alguna vez atriz de teatro off“passou à frente”, diz hoje orgulhoso seu pai, o ator Walter Santa Ana–, a que foi amiga incondicional na ficção de Carla Peterson em LaLola e há dois anos única integrante femenina de Ambulancia, a banda de pop teatral de Mike "Pells" Amigorena… e do ator e guitarrista Julián Vilar, seu namorado há dois anos, o homem de quem se “apaixonou pela primeira vez em sua vida” e com o que compartilha um apartamento no Soho porteño, vizinho a um restaurante francês, muito típico de Palermo.
“Aos domingos há muitas mulheres em jogging que falam aos gritos sem ter o menor registro do lugar em que estão. Às vezes, quando estão em grupo, as mulheres podem montar um espectáculo deplorável. A ansiedade femenina me irrita bastante”, sentencia Muriel.

E você que tipo de mulher é?

Eu me encontrei comigo mesma bastante tarde, como atriz e como mulher. Dieferente de minha mãe (Mabel González, 76 anos, tem um salão de beleza no Barrio Norte e se dedicou às terapias alternativas) que fez sempre o que quis e que desde muito pequena soube quem era, a mim me custou muito mais tempo e nunca tive tão clara. Igualmente com os homens… Afetivamente, eu era muito confusa porque não sabia bem onde estava. Sempre houve gente a que lhes resultou mais fácil estar acompanhada que a outras e o que me acontecia é que, como não sabia muito bem quem era, olhava equivocadamente, esperava que o outro viesse a me definir, a me livrar dessa espécie de núvem com a que não sabia muito bem para onde ir. Até que conheci a Julián estive muito tempo solteira e muito mal, envolvida em relações completamente “fuleras”, de muito má qualidade.

Defina para nós relações fuleras…

Homens inconvenientes, não disponíveis, inconsistentes, garotos com pouca segurança que não davam nem se quer para ter uma aventura ou para se divertir. Durante muitos anos insisti com esses casos perdidos e não vou te dizer que foi má sorte. Me parece que as mulheres que insistimos nessas histórias não estamos bem. Há outras, por sua vez, que as têm (relações) muito mais clara.

Nessa confusão sobre a própria identidade, que papel tem a relação com o prórpio corpo?

É um tema muito presente no personagem de Ciega a Citas. Eu tinha um corpaço!, porém vivi uma adolescência de mega complexos (ri). Tinha uma amiga que pesava 47 quilos, e como sua roupa não dava em mim, me via como um barril. Além do mais, como eu me comparava todo o tempo com ela terminava atribuindo ao peso a culpa de tudo o ela tinha e eu não. Depois, um pouco mais velha, comecei a engordar… Foi depois de terminar uma destas relações complicadas, estava sem trabalho e terminei enfiando o pé na jaca: ganhei um montão de quilos a mais que há uns três anos pude baixar.

Como você conseguiu?

Caminhando, mudando hábitos e reduzindo porções. Inclusive este ano, pela primeira vez em minha vida, procurei um personal trainer e aprendi o que é a atividade física ao ar livre. Comprei a camisa, os tênis e até me levantei um domingo às 8 da manhã para correr na maratona da UNICEF (ri). Cheguei em penúltimo porém para mim foi um desafio. Agora cheguei a um peso saudável que é o que eu posso manter. Tenho uma balança que guardo debaixo da escrivaninha me peso todos os dias e anoto no computador. Embora agora, com a novela, me dá um pouco de preguiça tirar o pijama somente para me pesar e termino me controlando apenas nos fins de semana.

Não é muito obsessivo o controle?

Não, me pesar não é questão de obsessão como aredita muita gente que o associa com o exagero ou o castigo. Ao contrário. Essa balança é a que "cuida de mim" e não o inimigo. Ver o número escrito é fundamental para mim, primeiro porque eu sempre penso que estou mais gorda e segundo porque já conheço as oscilações de meu próprio peso.

Tua auto estima goza de boa saúde?

Sim. Agora estou bem, embora tenha vários complexos e varias partes de meu corpo que não quero que ninguém as veja. E não necessariamente são as partes que a primeira vista parecem maiores… grandes (ri). O personagem de Lucía parece sofrer a solteirice mais pela pressão de sua família que por seu próprio desejo.

Tua mãe também está esperando que formalize tua relação?

Não! Por sorte não existe isso em minha família. Digamos que meus pais são gente de vanguarda e seu designio sempre foi: “Anda por onde possa e queira”. Se eu tivesse escutado o que escutou Lucía, comia uma lemon pie, que além do mais é minha torta preferida – a mãe da protagonista aposta a que sua filha maior irá sozinha e sem um namorado normal ao casamento de sua irmã; se perde, se ofreceu para pagar a festa–. Além do más, choro dois dias seguidos, e depois busco um analista e ligo para minhas amigas. Nisso Lucía leva a solidão com um tom bastante mais irônico e com pior humor do que eu me permitia quando estava solteira.

Você sofreu com essa solteirice prolongada?

A verdade é que, agora que penso, nunca a sofri realmente. Basicamente, porque me apaixonei já mais velha e, como te dizia, o verdadeiro amor é o correspondido. Quando eu estava solteira me divertia muito.
Aponte-me três verdades da mujer solitária e divertida.

Busque um trabalho que mais ou menos goste, ganhe dinhero, nem muito nem pouco, o que necessite. Prepare um bela janta, organize pequenos planos e a curto prazo: para esta noite, para amanhã ou para o fim de semana. Tenha por perto boas amigas e mantenha a casa linda e ordenada, como te agrade. E sobretudo não vá a nenhum lugar “para conhecer a alguém”. Jamais tem que sair a busca aonde você está seguro de que algo vai a haver porque o emocionante da vida, em todas as ordens, é que isso que deseja te encontre… Eu não saí em busca de ser protagonista de televisão, pórem sim estava em um lugar em que isso me encontrou. Antes de Ciega a Citas, há anos que eu trabalhava sem parar. Já estaba em uma carreira.

24-11-09

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